Com as ações já pressionadas por resultados desafiadores e pelas incertezas com a Lei Magnitsky, o Banco do Brasil (BBAS3) se deparou com mais uma notícia negativa nesta quarta-feira (27).
O Banco Central divulgou dados de crédito nesta quarta, fazendo com que as ações chegassem a cair até 2,21%, a R$ 19,93. Contudo, os papéis amenizaram as perdas ao longo da manhã e viraram posteriormente para leve alta, fechando com ganhos de 1,23%, a R$ 20,63.
O Banco Central mostrou, no geral, avanço de 1,2% nas concessões em julho ante junho, enquanto o estoque total cresceu 0,4%. A inadimplência no segmento de recursos livres subiu para 5,2% — patamar mais elevado desde novembro de 2017.
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Os empréstimos corporativos aceleraram para +9,5% em relação ao ano anterior, alta de +60 pontos-base em relação a junho, mas permaneceram estáveis em relação ao mês anterior, enquanto os empréstimos individuais desaceleraram para +11,5% em relação ao ano anterior (-40 pontos-base em relação a junho, +0,6% em relação ao mês anterior).
Os spreads de empréstimos caíram 20 pontos-base em relação ao mês anterior, para 20,3%, impactados pelo mix, com o desempenho dos empréstimos individuais caindo 40 pontos-base, para 25,3%, parcialmente compensado por um aumento de 40 pontos-base nos empréstimos corporativos, para 9,4%.
Em análise, o Bradesco BBI apontou que os números de julho de 2025 continuaram mostrando piora na qualidade dos ativos (NPLs de 90 dias), com uma deterioração de 20 pontos-base nos NPLs individuais e com a maioria das linhas se deteriorando no mês.
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“Destacamos que os NPLs rurais pioraram em 90 pontos-base (mês a mês), enquanto os empréstimos pessoais (ex-consignado) subiram 40 pontos-base e os cartões de crédito, 20 pontos-base”, avalia.
Quanto à inadimplência inicial, apesar de permanecer estável em 4,0% (mês a mês), o BBI aponta que os empréstimos rurais pioraram em 41 pontos-base em julho, o que pode continuar pressionando as despesas de provisão do Banco do Brasil no 3T25.
Além disso, destaca também que os spreads de empréstimos contraíram 20 pontos-base em julho, impactados pelo mix, devido à queda de 40 pontos-base nos empréstimos individuais em relação ao mês anterior, enquanto os empréstimos corporativos subiram 40 pontos-base. Por fim, do lado positivo, avalia a retomada do crescimento das PMEs em julho (+3,0%).
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