Dois adolescentes, de 15 e 17 anos, foram acusados pelas autoridades da França no início de agosto de planejar atentados terroristas contra sinagogas e a Torre Eiffel. Segundo o jornal Le Figaro, eles foram detidos em 29 e 30 de julho como parte de uma investigação iniciada em abril deste ano. Ambos foram formalmente indiciados no dia 1º de agosto por “associação de malfeitores terrorista criminosa”.
De acordo com as investigações, os dois jovens, nascidos em Paris e no departamento de Val-de-Marne em 2008 e 2010, mantinham contato por meio de um grupo criado em uma plataforma de mensagens criptografada. Eles demonstravam forte fascínio pelo Estado Islâmico, compartilhavam propaganda jihadista e discutiam tanto a possibilidade de viajar ao exterior para “fazer a jihad” quanto a execução de ataques em território francês.
As conversas revelaram que os adolescentes buscavam informações na chamada dark web para tentar obter armas. Segundo informações confirmadas pela emissora France Télévisions, os investigadores também identificaram que eles eram consumidores de “conteúdos de violência extrema” e promoviam abertamente a ideologia do grupo terrorista Estado Islâmico.
Entre os alvos mencionados, estavam sinagogas francesas e a própria Torre Eiffel, símbolo de Paris e já visada por grupos terroristas islâmicos no passado. A Procuradoria Nacional Antiterrorista da França acompanha o caso e destaca que o fenômeno da radicalização de menores preocupa cada vez mais as autoridades. Segundo o Le Figaro, a radicalização de menores mostra um crescimento acelerado: em 2022 foram apenas dois detidos por terrorismo, número que subiu para 15 em 2023, 18 em 2024 e já alcança 13 apenas nos sete primeiros meses deste ano.
Um levantamento da Europol aponta que quase um terço dos suspeitos de terrorismo na União Europeia tem entre 12 e 20 anos. Diante desse avanço, a Procuradoria Antiterrorista francesa criou, em maio deste ano, uma divisão especial dedicada a lidar com casos envolvendo menores de idade.
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