Os investidores de ações na Bolsa de Tóquio reagiram com bastante otimismo à vitória de Sanae Takaichi no parlamento japonês nesta terça-feira (21), tornando-a a primeira mulher a comandar a nação asiática, atual quarta maior economia do planeta.
Takaichi angariou 237 votos, conseguindo a maioria dos 465 assentos que compõem a câmara japonesa, o suficiente para que a política conservadora de direita seja a primeira mulher a chefiar o Poder Executivo do Japão, país regido por uma monarquia constitucional parlamentarista.
Tanto é que Takaichi ainda será nomeada oficialmente pelo imperador Naruhito, que assumiu o trono em 2019 e exerce apenas poder cerimonial e chefia de Estado.
A nova primeira-ministra do Japão deve formar o seu gabinete de governo ainda hoje. Ela era uma aliada bastante próxima ao ex-premiê Shinzo Abe, um dos mais longevos no cargo na história recente, com quatro mandatos entre 2006 a 2007 e de 2012 a 2020. Ele foi assassinado em julho de 2022.
Representante do Partido Liberal Democrático, que fez aliança com o Partido da Inovação do Japão para vencer a disputa, Takaichi já revelou ser admiradora da ex-primeira-ministra britânica Margaret Thatcher, apelidada de dama de ferro, que protagonizou forte austeridade fiscal no Reino Unido dos anos 80, além de ter comandado a guerra das Malvinas contra a ditadura argentina e reassegurado a posse das Ilhas Falkland no Atlântico Sul.
Para especialistas em geopolítica, Takaichi é vista como uma líder nacionalista, que deve buscar recolocar o Japão como uma potência bélica e econômica, o que pode dificultar a imigração de brasileiros, além de acirrar relações com as potências regionais, especialmente a China.
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