O Ministério das Relações Exteriores divulgou nota nesta terça-feira (26) criticando declarações do ministro da Defesa israelense, Israel Katz, contra o presidente Lula.
Mais cedo, Katz acusou Lula de antissemitismo e o chamou de apoiador do Hamas. Ele também mencionou a saída do Brasil da IHRA (Aliança Internacional para a Memória do Holocausto) em julho de 2025.
Segundo o Itamaraty, Katz voltou a proferir “ofensas, inverdades e grosserias inaceitáveis”. O ministério destacou que Israel é alvo de investigação da Corte Internacional de Justiça.
O comunicado afirma que cabe ao ministro assegurar que Israel previna e impeça a prática de genocídio contra palestinos. Além disso, a nota mencionou o ataque a um hospital em Gaza ocorrido ontem, que deixou pelo menos 20 mortos, entre pacientes, jornalistas e trabalhadores humanitários.
Nota acusa Israel por mortes em Gaza e cita investigação por genocídio
O Itamaraty afirmou ainda que operações israelenses já causaram mais de 62,7 mil mortes de palestinos. Um terço das vítimas seriam mulheres e crianças. O presidente Lula tem criticado a atuação de Israel na Faixa de Gaza desde os ataques do Hamas. Em algumas ocasiões, acusou o país de cometer genocídio.
No ano passado, Lula comparou ações de Israel ao Holocausto. Após o episódio, foi declarado “persona non grata” em Israel e não indicou representante em Tel Aviv. O governo israelense anunciou o rebaixamento das relações diplomáticas com o Brasil após o impasse na aprovação do embaixador Gali Dagan.
O assessor da Presidência e ex-chanceler Celso Amorim afirmou nesta segunda-feira (25) que a atitude brasileira foi uma resposta ao tratamento recebido pelo representante em Tel Aviv, alvo de “humilhação pública” em 2024.
“Nós queremos ter uma boa relação com Israel. Mas não podemos aceitar um genocídio, que é o que está acontecendo. É uma barbaridade. Nós não somos contra Israel. Somos contra o que o governo Netanyahu está fazendo”, disse Amorim.
Deixe um comentário