A Câmara dos Deputados realizou, na manhã desta segunda-feira (25), uma sessão solene para homenagear a independência da Ucrânia e apoiar o país na luta contra a invasão da Rússia. Foi uma ação de diplomacia parlamentar independente da política externa oficial do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), que vem oferecendo apoio político ao ditador Vladimir Putin.
A sessão da Câmara foi realizada a pedido do deputado Paulo Bilynskyj (PL-SP), que conduziu a homenagem. Ao relembrar a trajetória de sua família, Bilynskyj destacou a luta pela defesa da liberdade que remonta aos tempos da guerra em que o avô lutou na Ucrânia, até a sua luta atual enquanto deputado, jurando defender o Brasil. “É impossível falar sobre a independência da Ucrânia, que foi a independência da União Soviética, sem traçar um paralelo com o que acontece no Brasil, com a luta que travamos no Brasil”, disse o deputado.
Na presença de diplomatas americanos e poloneses, membros da comunidade ucraniana destacaram a importância do reconhecimento do Holomodor, que vitimou dezenas de milhares de pessoas pela fome na Ucrânia na década de 1930.
Em seu discurso, o encarregado de negócios da Embaixada da Ucrânia no Brasil, Andrii Borodenkov, destacou ainda o aumento de laços entre os países, ao agradecer pelos gestos de solidariedade que mantêm a “Ucrânia em pé”.
Borodenkov, no entanto, ponderou que tem ouvido a palavra “pragmatismo” de países amigos e alertou para os efeitos da postura representada na palavra. “Acreditem, isso jamais encontrará compreensão nas futuras gerações. Hoje, queremos que todos entendam claramente o que é branco e o que é o preto. A história colocará tudo em seu devido lugar. Quem esteve do lado do bem, quem estave do lado do mal. Nós acreditamos sinceramente que o bem prevalecerá, como sempre acontece”, disse o encarregado de negócios ucraniano.
O diplomata ressaltou o aumento de laços entre Ucrânia e Brasil por meio dos parlamentos e dos povos, mas não citou o Poder Executivo, oficialmente responsável pela política externa brasileira.
Assim, a sessão solene reforça a chamada diplomacia parlamentar adotada por países como a Ucrânia e Israel durante o governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT). O governo da Ucrânia vem tentando contato com governo brasileiro, por meio de sua embaixada, tentando costurar um encontro presidencial, mas o pedido nunca foi atendido.
A atribuição sobre as relações internacionais é do Executivo, no entanto, na diplomacia parlamentar, as relações passam a ser pautadas diretamente pelos parlamentos dos países. No caso de Israel, por exemplo, o governo Lula tem se recusado a aceitar a atuação do embaixador israelense no Brasil.
No domingo (24), membros da comunidade ucraniana e manifestantes contrários à invasão da Rússia na Ucrânia se reuniram em atos em São Paulo, Rio de Janeiro e Curitiba. As manifestações marcaram o dia da independência ucraniana e tentam mostrar aos brasileiros que a ditadura russa está se recusando a negociar o fim da guerra mesmo com a pressão do presidente americano Donald Trump.
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