A Claro realmente está interessada em chegar ao controle da Desktop (DESK3). Segundo informações do colunista Lauro Jardim, a operadora estaria pronta para pagar até R$ 21 por cada ação da empresa na bolsa de valores.
A reportagem o jornal O Globo destaca que a oferta vinculante entre as duas partes deve ser assinada na próxima semana. Além disso, o fundo de investimentos HIG e a Claro já teriam realizado mais de uma rodada de conversas nos últimos dias.
Se confirmado o valor da oferta, isso representaria um prêmio de 55% em relação ao preço das ações no fim da última quarta-feira (22). Nesta quinta, a companhia negocia seus papeis com alta de quase 13%, acima dos R$ 15,25, de acordo com dados da B3.
Leia mais: Casas Bahia (BHIA3) e Mercado Livre (MELI34) se unem para ampliar vendas
A Desktop é uma empresa de telecomunicações que atua no estado de São Paulo. O foco está na oferta de internet de fibra ótica para empresas
A marca chegou à bolsa de valores em 2021, quando conseguiu levantar R$ 715 milhões no meracdo. Assim como outras empresas desta mesma seara, a Desktop não conseguiu animar os investidores no longo prazo.
Desde o IPO, a companhia acumula uma desvalorização de 35%, mas, em alguns momentos, essa baixa ultrapassou a casa de 70%. Agora, a empresa tem valor de mercado de R$ 1,8 bilhões, ainda de acordo com a B3.
Anatel está preocupada
Há poucos dias, a Anatel (Agência Nacional de Telecomunicações) emitiu um parecer no qual se mostrou apreensiva com a eventual aquisição da Desktop pela Claro. O órgão ligado ao governo federal alega que “há preocupações bem substanciais”, sobretudo em relação ao setor de banda larga no estado paulista.
A tese se sustenta no fato de que a Claro elevaria a sua fatia de concentração no mercado, medido pelo HHI (Índice Herfindahl-Hirschman). Para a Anatel, a porcentagem subiria dos atuais 0,1789 para 0,222, equivalente a um acréscimo de´de 24%.
“Os resultados apresentados devem levantar preocupações não desprezíveis quanto a possível agravamento de situações relacionadas a custos de mudança (switching costs) e efeito de aprisionamento (lock-in), que podem dificultar a entrada efetiva de novos agentes, a capacidade de rivalizar das concorrentes presentes no mercado e facilitar a prática de condutas lesivas à concorrência, entre outras que devem ser analisadas em casos concretos”, diz o trecho do relatório.
Embora a Claro siga com a oferta, órgãos como a Anatel e o Cade, que regulam o setor e concorrência, respectivamente, devem dar o aval para a operação.
Deixe um comentário