O governo colombiano afirmou na última terça-feira (26) que 34 soldados foram sequestrados na província de Guaviare, no sul do país, por um grupo de moradores locais a mando de guerrilheiros.
O ministro da Defesa do país, Pedro Sánchez, declarou que as Forças Armadas colombianas irão “mobilizar todas as suas capacidades” para libertar os militares sequestrados.
Sánchez também anunciou uma recompensa de US$ 5 mil (R$ 27.090) para informações que levem aos guerrilheiros idealizadores do sequestro.
“Trata-se de uma ação ilegal”, afirmou o ministro da Defesa colombiano em entrevista coletiva. “Essas pessoas estão interrompendo uma operação militar contra a principal ameaça da região”.
Ainda de acordo com o chefe da pasta, os soldados foram levados após um confronto que resultou na morte de 10 indivíduos dissidentes das Farc e os moradores que mantém os militares sequestrados exigem a libertação do cadáver de um dos mortos — que está no necrotério da capital da província.
A Colômbia, liderada pelo presidente Gustavo Petro, vem tendo dificuldades em manter a segurança das áreas rurais do país, onde quadrilhas narcotraficantes e grupos rebeldes disputam territórios antes controlados pelas Farc — que firmou acordo de paz com o governo colombiano no ano de 2016.
Não é a primeira vez que autoridades colombianas são vítimas de sequestro e mantidas em cárcere por dias por moradores de regiões turbulentas. Em outros casos, foi necessária uma negociação com o governo.
Em 2024, o governo Petro atribuiu essas ações ao comando dos grupos rebeldes, acusando seus chefes de pressionar civis a agir contra as forças da Colômbia.
O episódio reforça que o plano chamado de “Paz Total”, lançado por Petro quando chegou à presidência da Colômbia, em 2022, vem fracassando.
No último dia 11, o senador Miguel Uribe, pré-candidato do partido conservador Centro Democrático para a eleição presidencial de 2026, morreu dois meses após ter sido alvo de um atentado a tiros em Bogotá.
Os investigadores apuram o envolvimento da Segunda Marquetalia, uma dissidência das Farc, no crime.
Na última quinta-feira (21), a violência aumentou, com ao menos 20 pessoas morrendo em outros dois atentados.
Já na sexta (22), o prefeito de Cali, Alejandro Éder, informou que o número de mortos no atentado terrorista com um caminhão-bomba nas proximidades de uma base aérea na cidade deixou sete mortos. O ataque também feriu mais de 70 pessoas.
O caminhão-bomba explodiu na tarde de quinta-feira em uma avenida movimentada de Cali, a Carrera Octava. O local fica próximo à Escola Militar de Aviação Marco Fidel Suárez, onde são treinados membros da Força Aérea, mas todas as vítimas eram civis, incluindo um menor, segundo o prefeito.
Outro caminhão, também carregado com bombas, não chegou a ser detonado e ficou no meio da avenida.
“Peço à Colômbia que mantenha as vítimas deste ataque terrorista em suas orações e a Colômbia também. Não pensem que isso é lá [longe] em Cali, isso é no país [todo], está se deteriorando [a segurança] no país”, disse Éder.
“Por isso, com uma só voz, os colombianos unidos têm que exigir um fim e enfrentar esse terrorismo e, acima de tudo, exigir apoio às forças públicas para que possam restabelecer a paz na Colômbia”.
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