Com o fim da temporada de resultados do segundo trimestre de 2025 (2T25), analistas ponderam sobre o saldo da safra e ajustam suas expectativas para o próximo trimestre. A XP Investimentos avaliou em relatório que os resultados do 2T25 superaram o esperado. A reação do mercado reforçou essa percepção, já que, no pregão seguinte à divulgação, as empresas do Ibovespa registraram valorização média de 0,41%, com ganho de 1,32% entre as que superaram as expectativas e queda de 0,50% entre as que desapontaram.
No agregado, 11 dos 17 setores que compõem o índice apresentaram desempenho positivo e 53% das companhias tiveram valorização após a publicação de seus números.
De acordo com a análise, os setores ligados à economia doméstica se destacaram em relação às companhias de commodities.

O cenário de queda nos preços de itens como petróleo, aliado à valorização do real, pressionou exportadoras e empresas atreladas a commodities, ao passo que segmentos domésticos mostraram maior resiliência. Entre os destaques positivos, a XP citou Saneamento, Construção Civil, Bancos e Educação — impulsionados também por histórias micro, como Sabesp (+10,6% após os resultados) e BTG Pactual (BPAC11, +13,1%). Na ponta negativa, Agro e Mineração & Siderurgia tiveram desempenho mais fraco.
No nível das companhias, a XP destacou reações heterogêneas em alguns setores, como Varejo, Alimentos & Bebidas e Saúde.
No caso do Varejo, RD Saúde (+18,7%) e Smart Fit (SMFT3, +7,8%) figuraram entre as maiores altas, enquanto Azzas 2154 (AZZA3, -7,0%) e Pão de Açúcar (PCAR3, -10,4%) registraram perdas relevantes.
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Olhando para o futuro
Olhando para o 3T25, a Selic deve ficar no seu pico a 15% ao ano, o que pode continuar a pressionar o crescimento dos resultados das empresas nacionais, diz o BBA. “Ainda temos visibilidade limitada sobre a magnitude do impacto da desaceleração econômica nos resultados das empresas listadas, visto que nosso rastreador sobre a atividade nacional, o IDAT, já mostrava desaceleração em julho”, avalia.
O Bradesco BBI também ressalta que, após resultados fortes no primeiro semestre de 2025, os últimos indicadores apontam para uma desaceleração mais ampla da economia, já impactada pelas juros reais mais altos do mundo.
Embora o efeito das tarifas comerciais dos EUA seja limitado, mas negativo, a equipe de Economia do BBI revisou para baixo as projeções de crescimento, indicando desaceleração significativa nos próximos trimestres, o que deve pressionar as estimativas de lucros focadas no mercado doméstico.
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O Bradesco BBI, porém, vê o “copo meio cheio” com essa desaceleração, pois mercados acionários não refletem diretamente a economia, e menor atividade pode abrir espaço para cortes de juros e reavaliação de valuation.
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