A defesa do ex-presidente Jair Bolsonaro apresentou esclarecimentos em inquérito que apura atuação para coagir autoridades brasileiras em ação penal sobre tentativa de golpe de Estado, nesta sexta-feira (22). Os advogados de Bolsonaro negaram descumprimento de medidas cautelares impostas pelo Ministro do Supremo Tribunal Federal, Alexandre de Moraes.
Segundo a defesa de Celso Vilardi, há “vazio de indícios” no ato de indiciamento feito pela Polícia Federal (PF) na quarta-feira (20), contra ex-presidente e seu filho, o deputado Eduardo Bolsonaro. Para a PF, os dois políticos realizavam movimentações para atrapalhar o processo atualmente em curso.
No documento que traz os esclarecimentos, os advogados ainda pediram que o ministro reconsidere a prisão domiciliar do ex-presidente. A defesa também negou haver relação entre a existência de rascunho de pedido de asilo político na Argentina e uma potencial fuga do ex-presidente.

“Encaixa-se como uma peça política, com o objetivo de desmoralizar um ex-presidente da República (que, quer queiram as autoridades policiais ou não, ainda é um líder político), expondo sua vida privada e acusando-o de fatos tão graves quanto descabidos. Parece incrível, mas boa parte do relatório dedica-se a um disse-me-disse sem qualquer relevância para a investigação”, afirmou a defesa.
Pedido de esclarecimentos
Moraes exigiu esclarecimentos no bojo do inquérito nº 4995/DF para apurar a conduta de Eduardo e de Jair Bolsonaro, na quarta-feira (20).
Segundo o ministro, a “Polícia Federal apontou a permanência e reiteração de práticas delitivas do réu Jair Messias Bolsonaro, inclusive com vários descumprimentos das medidas cautelares impostas judicialmente e acentuado risco de fuga, com finalidade de evitar o cumprimento da lei penal”.
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Braga Netto
A defesa de Bolsonaro também se manifestou sobre outras acusações que constam no relatório no qual a PF indicou o ex-presidente, como o recebimento de uma mensagem de SMS do general Braga Netto, que estava proibido de entrar em contato com Bolsonaro.
Para os advogados, Bolsonaro não respondeu à mensagem nem cometeu qualquer ilegalidade.
“A mensagem foi apenas recebida. Sem notícia de resposta. Sem qualquer reação. Sem qualquer comunicação por parte do ex-presidente”, declarou a defesa.
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Advogado de Trump
Sobre o pedido de orientações feito pelo ex-presidente ao advogado norte-americano Martin Luca, ligado ao presidente Donald Trump, para se pronunciar sobre o tarifaço aplicado contra as exportações brasileiras, a defesa disse que as trocas de mensagens ocorrem antes das medidas cautelares decretadas contra Bolsonaro.
“O advogado americano não é investigado em nenhum feito. E não há qualquer proibição de contato do peticionário com o advogado”, pontuou a defesa.
Transferências
A defesa também criticou a divulgação dos dados bancários de Bolsonaro. De acordo com as investigações, o ex-presidente movimentou cerca de R$ 30,5 milhões no período de um ano.
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“O pior é que uma transferência de dinheiro para sua esposa, de valores com origem lícita, foi anunciada, com base em fontes, como um indício de lavagem de dinheiro”, afirmaram os advogados.
(com Agência Brasil)
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