Mais de 7,5 milhões de bolivianos vão às urnas neste domingo (17) em um pleito que pode pôr fim a duas décadas de protagonismo da esquerda no país.
A eleição presidencial, marcada por uma crise econômica, ocorre em meio à fragmentação do Movimento ao Socialismo (MAS), partido do ex-presidente Evo Morales e do atual chefe de Estado Luis Arce.
Além de presidente e vice, os eleitores vão escolher 36 senadores e 130 deputados, que comporão o novo Congresso para o período 2025-2030.
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Candidatos favoritos vêm da direita
Sem Evo na disputa — barrado pela Justiça — e com Arce fora da corrida por opção própria, o MAS lançou dois nomes: o senador Andrónico Rodríguez e o ex-ministro de Governo Eduardo del Castillo, ambos com desempenho fraco nas pesquisas.
Morales, rompido com Arce, pediu que seus apoiadores anulem o voto, aprofundando a desarticulação do campo progressista.
A direita aparece como favorita. O empresário Samuel Doria Medina, dono das franquias do Burger King e do Subway na Bolívia, lidera o levantamento do instituto Ipsos-Ciesmori, com 21% das intenções de voto.
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Em segundo lugar está o ex-presidente Jorge “Tuto” Quiroga, com 20%, segundo a mesma pesquisa. Ambos prometem reverter a escassez de dólares e combustíveis que afetam o país.
Pelo levantamento da AtlasIntel, no entanto, Quiroga assume a dianteira com 22,3%, seguido por Medina (18%). O terceiro colocado é o esquerdista Rodríguez, com 11,4%, mas ainda abaixo dos 14,6% de eleitores que dizem que votarão branco ou anularão o voto.
Fragmentação da esquerda
O MAS, que governa a Bolívia quase ininterruptamente desde 2006, enfrenta sua eleição mais difícil. A legenda ficou fora do poder apenas entre 2019 e 2020, quando Morales renunciou sob pressão militar após uma eleição contestada.
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No lugar dele, assumiu a então senadora Jeanine Áñez, posteriormente condenada a 10 anos de prisão por envolvimento no episódio, considerado um golpe pelo atual governo.
Agora, com o MAS rachado e dividido entre duas candidaturas competitivamente frágeis, o campo progressista se vê ameaçado de sequer chegar ao segundo turno.
Congresso também será renovado
Além da disputa presidencial, o pleito também vai renovar todo o Congresso Nacional, incluindo 36 cadeiras no Senado e 130 na Câmara dos Deputados. A nova composição legislativa terá papel crucial na governabilidade do próximo presidente, especialmente diante dos desafios econômicos que assolam o país.
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As urnas estarão abertas até as 16h (17h em Brasília) e o resultado deve começar a ser divulgado na noite de domingo. A depender do desempenho dos favoritos e da capacidade de a esquerda se rearticular, a eleição pode marcar uma virada histórica na política boliviana.
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