O dólar à vista acelerou as perdas frente ao real nesta sexta-feira, depois que o presidente do Federal Reserve (Fed), Jerome Powell, sinalizou a possibilidade de cortes na taxa de juros durante o simpósio de Jackson Hole. Em seus comentários, Powell destacou os crescentes riscos para o mercado de trabalho, mas também alertou para a possibilidade de inflação mais alta.
Leia mais: Dólar Hoje: Confira a cotação e fechamento diário do dólar comercial
Qual a cotação do dólar hoje?
Às 12h49, dólar à vista operava em baixa de 0,95%, a R$ 5,426 na venda. Na B3, o contrato de dólar futuro de primeiro vencimento recuava 0,12%, a R$ 5,479.

Na quinta-feira, o dólar à vista fechou em alta de 0,08%, a R$ 5,4771.
O Banco Central fará nesta sessão um leilão de até 35.000 contratos de swap cambial tradicional para fins de rolagem do vencimento de 1º de setembro de 2025.
Dólar comercial
- Compra: R$ 5,426
- Venda: R$ 5,426
Dólar turismo
- Compra: R$ 5,483
- Venda: R$ 5,663
Os comentários de Powell abrem caminho para um corte de juros na reunião do Fed de 16 a 17 de setembro, mas também dão grande importância aos relatórios de emprego e inflação que serão divulgados antes disso.
Continua depois da publicidade
Segundo Fernando Fenolio, economista-chefe da WHG, a postura adotada por Powell foi mais favorável a um corte de juros, reconhecendo a deterioração no mercado de trabalho após dados fracos do relatório de emprego e ressaltando que a decisão continua dependente dos dados, reforçando a importância das expectativas.
Na mesma linha, Paula Zogbi, estrategista-chefe da Nomad, comentou que o discurso trouxe um novo grau de otimismo para um mercado altamente focado na expectativa de retomada do ciclo de cortes de juros. Apesar de reconhecer que o ambiente macroeconômico continua desafiador, especialmente com mudanças em imigração e políticas comerciais afetando oferta e demanda de forma difícil de prever, o presidente do Fed destacou que a política monetária permanece restritiva e sinalizou ajustes próximos, provocando uma reação imediata nos ativos.
“Para o Brasil, esse ambiente é positivo. Com a taxa de juros doméstica ainda em patamar elevado, a atratividade do diferencial para o investidor internacional aumenta. É claro que, no curto prazo, seguimos acompanhando o cenário político local, mas é inegável que a política monetária americana continua sendo um dos principais vetores para o fluxo de capital estrangeiro”, comenta Gustavo Cruz, estrategista-chefe da RB Investimentos.
Continua depois da publicidade
Por aqui, as atenções continuam voltadas para o impasse entre Brasil e EUA, conforme o governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva segue tentando negociar uma tarifa de 50% imposta por Washington sobre produtos brasileiros.
A percepção entre investidores é de agravamento das relações bilaterais desde uma decisão judicial do ministro Flávio Dino, do Supremo Tribunal Federal (STF), que, na prática, impediu que o ministro Alexandre de Moraes sofra as consequências de avaliações econômicas impostas pelos EUA.
Após a decisão tomada na segunda-feira, o mercado doméstico passou a ver mais dificuldades para as negociações e ainda tem em que uma resposta norte-americana possa impactar as operações de bancos nacionais.
Continua depois da publicidade
(Com Reuters)
Deixe um comentário