O dólar à vista sobe ante o real nesta quinta-feira, à medida que os investidores demonstravam novamente receios diante do noticiário político local, enquanto no exterior as atenções se voltam para o início do simpósio econômico de Jackson Hole, promovido pelo Federal Reserve.
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Qual a cotação do dólar hoje?
Às 12h36, o dólar à vista operava em alta de 0,26%, a R$ 5,488 na venda. Na B3, o contrato de dólar futuro de primeiro vencimento subia 0,17%, a R$ 5,500.

Na quarta-feira, o dólar à vista fechou em baixa de 0,49%, a R$ 5,4728.
O Banco Central fará nesta sessão um leilão de até 35.000 contratos de swap cambial tradicional para fins de rolagem do vencimento de 1º de setembro de 2025.
Dólar comercial
- Compra: R$ 5,487
- Venda: R$ 5,488
Dólar turismo
- Compra: R$ 5,501
- Venda: R$ 5,681
Os movimentos do real nesta sessão eram influenciados pela agenda doméstica, com os agentes expressando preocupação com a aparente escalada no impasse comercial e diplomático entre Brasil e Estados Unidos desde uma decisão do ministro Flávio Dino, do Supremo Tribunal Federal (STF), na segunda-feira.
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Dino determinou que cidadãos brasileiros não podem ser afetados em território nacional por leis estrangeiras relacionadas a atos cometidos no Brasil, o que indicou que o ministro Alexandre de Moraes não pode sofrer as punições da imposição pelos EUA de sanções com base na Lei Magnitsky.
Sobre a decisão, Moraes ainda comentou em entrevista exclusiva à Reuters na terça que tribunais brasileiros podem punir instituições financeiras nacionais que bloquearem ou confiscarem ativos domésticos em resposta a ordens norte-americanas.
A percepção do mercado é de que a decisão criou um novo obstáculo para as tentativas do governo brasileiro de negociar a tarifa de 50% dos EUA sobre produtos do país, enquanto também teme uma resposta do lado norte-americano que possa afetar a operação de bancos brasileiros.
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O governo dos EUA acusa Moraes de emitir prisões de forma arbitrária e restringir a liberdade de expressão. O ministro também é relator do julgamento em que o ex-presidente Jair Bolsonaro é réu por tentativa de golpe de Estado, o que o presidente Donald Trump classifica como “caça às bruxas”.
“O noticiário local está pautando o mercado, isso me parece claro, apesar de termos uma agenda importante lá fora. O driver é político majoritariamente. Embora essas questões geralmente tenham impacto pontual e agudo, e não crônico”, disse Fernando Bergallo, diretor de operações da FB Capital.
Na véspera, o dólar chegou a recuar ante a moeda brasileira, com os investidores fazendo ajustes depois do forte ganho da divisa dos EUA no dia anterior, mas o movimento de pressão sobre o real era retomado neste pregão.
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No cenário externo, o principal destaque do dia é o início do simpósio econômico de Jackson Hole, que terá um aguardado discurso do chair do Fed, Jerome Powell, na sexta-feira, que pode alterar as projeções sobre a política monetária dos EUA.
Operadores têm precificado uma alta chance de o Fed cortar a taxa de juros em sua reunião de setembro, segundo dados da LSEG, com outra redução totalmente precificada até dezembro, o que pode mudar se Powell discursar de forma agressiva contra a inflação.
Dados mistos nas últimas semanas mostraram que as tarifas de importação de Trump podem estar começando a afetar a maior economia do mundo, com a desaceleração do mercado de trabalho e a elevação de preços, colocando em conflito o mandato duplo do Fed de pleno emprego e inflação baixa.
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(Com Reuters)
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