O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, guarda uma curiosidade burocrática no Brasil: ele tem um CPF, o Cadastro de Pessoa Física da Receita Federal, e o documento está em situação regular.
A informação, que poderia facilmente ser confundida com fake news, é verdadeira. Tanto o nome completo, Donald John Trump, quanto a data de nascimento, 14 de junho de 1946, coincidem com os registros oficiais.
A curiosidade foi publicada primeiro pelo site Jota e confirmada pelo InfoMoney.
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CPF para estrangeiros
Embora seja visto como o documento essencial de identificação fiscal dos brasileiros, o CPF também pode ser emitido para estrangeiros. A inscrição é obrigatória em várias situações, como quando alguém deseja abrir conta em banco, investir no mercado financeiro, comprar ou vender imóveis, receber herança ou participar de processos judiciais no Brasil.
Não há exigência de residência: um estrangeiro não residente pode solicitar o CPF em consulados brasileiros no exterior, apresentando documentos básicos como passaporte e formulário de inscrição. O procedimento, em alguns casos, pode ser feito online e costuma ser rápido.
Na prática, ter um CPF facilita a vida de quem mantém algum tipo de relação econômica, financeira ou patrimonial com o país. Sem o número, estrangeiros encontram barreiras para realizar transações bancárias, negócios jurídicos ou operações de investimento.
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Empreendimento cancelado
O registro foi feito em 2014, num momento em que a marca Trump ensaiava uma entrada robusta no Brasil. Dois projetos estavam no horizonte: as Trump Towers Rio, um complexo de cinco prédios comerciais que nunca saiu do papel, e o Trump Rio de Janeiro Hotel, que acabou vendido antes mesmo de abrir as portas com o nome da família.
À frente da empreitada estava o comentarista Paulo Figueiredo, que chegou a ser sócio de Trump no hotel e depois se aproximou de Eduardo Bolsonaro (PL-SP) nos EUA. Os negócios, no entanto, não prosperaram, e Trump deixou oficialmente os planos brasileiros em dezembro de 2016, às vésperas de assumir seu primeiro mandato como presidente.
Naquele período, a Organização Trump anunciou o cancelamento de negociações sobre projetos no Brasil, Argentina e Índia. No caso brasileiro, tratava-se justamente das torres comerciais planejadas para o Rio de Janeiro. Segundo o advogado da companhia, Alan Garten, um “memorando de entendimento” com parceiros locais foi encerrado para evitar possíveis conflitos de interesse.
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Também foram abortados projetos de hotéis no Azerbaijão e na Geórgia. Trump vinha sendo pressionado a se afastar de seus negócios internacionais, já que a manutenção de investimentos no exterior poderia configurar conflito de interesses sem precedentes para um presidente americano. O empreendimento carioca, em particular, chegou a ganhar publicidade no país, mas acabou associado a investigações de corrupção, sem envolvimento direto de Trump.
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