A imagem que os brasileiros têm dos Estados Unidos e de Israel piorou neste ano de acordo com uma nova rodada da pesquisa Quaest divulgada nesta terça (26). O levantamento apontou também que, por outro lado, a China e a Argentina passaram a ser bem vistas pela população.
A piora da imagem das duas primeiras nações ocorreu em meio à imposição do tarifaço e de sanções dos Estados Unidos ao Brasil e ao endurecimento da reação israelense na Faixa de Gaza, ocorrendo uma inversão desde a última pesquisa de fevereiro do ano passado:
- Estados Unidos: positiva caiu de 58% para 44%, enquanto que negativa subiu de 24% para 48%;
- Israel: positiva caiu de 39% para 35%, negativa subiu de 41% para 50%;
- China: positiva subiu de 38% para 49%, negativa caiu de 41% para 37%;
- Argentina: positiva subiu de 35% para 42%, negativa permaneceu em 40%.
A Quaest ouviu 12.150 pessoas entre os dias 13 e 17 de agosto. A margem de erro é de 2 pontos percentuais para mais ou para menos, com nível de confiança de 95%.
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De acordo com a nova pesquisa da Quaest, o posicionamento político dos entrevistados reflete diretamente na avaliação a imagem de cada país, principalmente Estados Unidos e China. Enquanto que o primeiro é fortemente apoiado por eleitores do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), o segundo tem uma imagem melhor entre os apoiadores de Luiz Inácio Lula da Silva (PT):
- Estados Unidos: positiva para 72% dos eleitores de Bolsonaro e negativa para 69% dos de Lula;
- China: positiva para 62% dos eleitores de Lula e negativa para 58% dos de Bolsonaro.
“O mais interessante é perceber que há uma clara divisão de opinião sobre os países a partir da divisão ideológica dos brasileiros. Eleitores mais à esquerda mantém alta imagem positiva da China, enquanto eleitores mais à direita são os maiores apoiadores dos EUA”, confirmou o pesquisador Felipe Nunes, CEO da Quaest.
Este cenário se reflete na avaliação de eleitores de esquerda e de direita sobre os demais países pesquisados:

A divisão ideológica dos brasileiros também é vista em relação à aplicação da Lei Magnitsky pelos Estados Unidos ao ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), junto de sanções ao Brasil por conta da condução do processo envolvendo Bolsonaro por supostamente liderar uma alegada tentativa de golpe de Estado após as eleições de 2022.
A aplicação da sanção é considerada injusta por 49% dos entrevistados, enquanto que os favoráveis são 39%.
De acordo com a Quaest, são mais favoráveis ao impeachment do ministro os apoiadores de Bolsonaro (83%) e quem declarou publicamente voto nele no segundo turno da eleição presidencial de 2022 (82%), moradores da região Sul (59%), evangélicos (55%) e pessoas com renda familiar acima de 5 salários mínimos (54%).
Já os contrários são os eleitores de esquerda (83%), os que declararam voto em Lula (68%), moradores do Nordeste (53%) e com renda familiar até 2 salários mínimos (48).
Por outro lado, os contrários à aplicação da Lei Magnitsky a Alexandre de Moraes também são de esquerda (80%), que votaram em Lula (72%), moradores do Nordeste (56%), com renda familiar até 2 salários mínimos (53%).
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