A disposição dos brasileiros em adquirir um imóvel nos próximos três meses caiu para 33% no segundo trimestre de 2025, o menor patamar registrado pelo mercado imobiliário desde 2019, segundo a Pesquisa Raio-X FipeZAP. O levantamento, que ouviu 730 participantes entre 12 de julho e 3 de agosto, revela um cenário de cautela no mercado imobiliário, apesar de sinais de recuperação em outras frentes.
De acordo com o estudo, a participação de compradores efetivos – aqueles que adquiriram imóveis nos últimos 12 meses – subiu de 12% para 13% na comparação trimestral. Entre eles, 71% optaram por imóveis usados, confirmando a preferência por unidades já disponíveis. O peso dos investidores também aumentou de forma relevante: passaram de 31% para 43% dos compradores. A maioria, 52%, buscou imóveis para renda com aluguel, embora a revenda tenha ganhado espaço, passando de 26% para 30% das transações classificadas como investimento.
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A queda da intenção de compra ocorre em paralelo a um aumento das negociações com desconto. No primeiro semestre, 66% das transações envolveram algum abatimento no valor pedido, contra 63% no fim de 2024. O desconto médio permaneceu estável, entre 6% e 7%, chegando a 10% quando considerada apenas a parcela de imóveis vendidos abaixo do preço inicial anunciado.
A percepção dos preços também mostra ajustes: 71% dos entrevistados ainda consideram os valores “altos ou muito altos”, mas o número recuou em relação a 2024, quando essa avaliação chegava a 74%. Cresceu ligeiramente a fatia de quem vê preços “baixos ou muito baixos” (de 3% para 6%), indicando um mercado em que as oportunidades podem estar mais visíveis.
Em 12 meses, 42% dos respondentes projetam aumento nominal dos preços, abaixo dos 46% registrados no ano anterior. Já a expectativa média aponta alta de 2,7% até meados de 2026. A fatia dos que acreditam em manutenção dos preços subiu para 27%, enquanto os que preveem queda chegaram a 11%.
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O estudo reforça a complexidade do momento: enquanto investidores voltam ao mercado e compradores ativos crescem marginalmente, a intenção de novas aquisições recua ao nível mais baixo em seis anos. A equação entre crédito caro, renda comprometida e expectativas moderadas para os preços ajuda a explicar o movimento de cautela que deve marcar o setor no curto prazo.
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