O Ministério das Relações Exteriores (Itamaraty) formalizou, nesta segunda-feira (25), o pedido de extradição de Eduardo Tagliaferro à Itália. Tagliaferro, ex-assessor do ministro Alexandre de Moraes, foi denunciado pela Procuradoria-Geral da República (PGR) e mudou-se para a Itália.
O pedido, encaminhado à embaixada do Brasil em Roma e ao Ministério das Relações Exteriores da Itália, foi solicitado pelo próprio ministro Alexandre de Moraes e formalizado após análise do Ministério da Justiça.
Tagliaferro, que é perito computacional, atuou como assessor de Alexandre de Moraes no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) e chefiou a Assessoria Especial de Enfrentamento à Desinformação (AEED).
A PGR acusa Tagliaferro de violação de sigilo funcional, coação no curso do processo, obstrução de investigação de suposta organização criminosa e tentativa de abolição violenta do Estado Democrático de Direito.
Em abril, a Polícia Federal já havia indiciado Tagliaferro por divulgar diálogos sigilosos entre servidores do TSE e do STF durante seu período como assessor de Moraes, ação conhecida como “Vaza Toga”.
Tagliaferro nega as acusações e alega perseguição política por parte de Moraes. Nas redes sociais, Tagliaferro afirma ser vítima de perseguição política e conta com apoio de parlamentares alinhados ao ex-presidente Jair Bolsonaro (PL-RJ).
Tagliaferro anunciou que pretende denunciar Alexandre de Moraes no Parlamento Europeu, alegando possuir provas contra o ministro, a quem acusa de ter destruído sua vida.
Segundo a PGR, a conduta do ex-assessor é agravada pelo fato de que, durante os vazamentos, o STF investigava atos antidemocráticos, como a tentativa de golpe de Estado (Pet. 12.100/DF), a divulgação de fake news (Inq. 4.781/DF) e milícias digitais (Inq. 4.784/DF).
O Tratado de Extradição entre Brasil e Itália, em vigor desde 1989, estabelece que a extradição é possível para crimes com pena superior a um ano. Agora, as autoridades italianas devem analisar o pedido.
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