Após Itaú BBA e Goldman Sachs revisarem suas projeções para as ações do setor de educação na semana passada, foi a vez do JPMorgan atualizar suas recomendações. O banco rebaixou Ânima (ANIM3) de overweight (exposição acima da média do mercado, equivalente à compra) para equal-weight (exposição igual a média do mercado, equivalente à neutro), elevou Ser Educacional (SEER3) e Afya (AFYA) para equivalente a compra e reiterou Yduqs (YDUQ3) como sua principal escolha no setor.
A nova ordem de preferência do JPMorgan é: Yduqs, Afya, Ser, Cogna (COGN3), Ânima e Vasta.
Ânima
Na avaliação do JPMorgan, a alavancagem mais elevada, 3 vezes dívida líquida/Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciações e amortizações) projetada, reduz a visibilidade sobre a geração futura de fluxo de caixa. Somado ao baixo desempenho recente, esse cenário justifica maior cautela, com yield (rendimento) estimado de 10,2% em 2026.

O banco também destacou que a mudança de foco da companhia, de expansão de margens para melhoria de serviços, retira gatilhos de curto prazo em favor de impactos mais longos. O preço-alvo foi reduzido de R$ 6 para R$ 5,00 em dezembro de 2026.
Afya
O JPMorgan classificou a Afya como uma das companhias mais consistentes do setor, com alta visibilidade e histórico de nunca ter perdido guidance desde o IPO.
O banco ressaltou ainda a baixa alavancagem de 1,2 vez dívida líquida/EBITDA e projetou rendimento de fluxo de caixa (FCF yield) de 10,8% em 2026. O preço-alvo foi elevado de US$ 23,50 para US$ 24,50 para dezembro de 2026.
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O JPMorgan elevou a recomendação de Ser Educacional de neutra para compra e aumentou o preço-alvo de R$ 14 para R$ 18, projetando maior geração de caixa com a expansão dos cursos de medicina.
O banco estima que a companhia apresente um FCF yield de 12,8% em 2026, apoiado no avanço da área de saúde, cuja participação na receita deve subir de 19% em 2024 para 30% em 2031.
O JPMorgan reiterou a recomendação de compra para Yduqs (YDUQ3) e ajustou o preço-alvo de R$ 22 para R$ 22,50. Segundo o banco, a companhia segue no caminho para entregar o guidance de fluxo de caixa livre entre R$ 500 milhões e R$ 600 milhões em 2025, além de avançar em seu plano de desalavancagem. A expectativa é que apresente o maior FCF yield entre os pares, de 15,6% em 2026.
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Embora reconheça tendências operacionais positivas, o JPMorgan manteve recomendação neutra para Cogna (COGN3), destacando que a complexidade dos diferentes segmentos da companhia reduz a visibilidade sobre a geração de caixa, com FCF yield estimado em 13,6% para 2026.
O banco também apontou riscos regulatórios associados à oferta de cursos híbridos de enfermagem a partir de 2026. A Cogna está vulnerável principalmente em cursos híbridos de enfermagem, que representaram 8% da base de alunos em 2023 e provavelmente uma parcela maior da receita, devido ao alto valor das mensalidades. Pelo novo marco regulatório, cursos de enfermagem devem ser oferecidos apenas presencialmente, o que coloca essa receita em risco. Segundo o JPMorgan, devido a atrasos na implementação da regra, o impacto deve ser percebido apenas na captação do primeiro semestre de 2026.
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