O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes, pediu a extradição de seu ex-assessor Eduardo Tagliaferro, denunciado na sexta-feira (22) pela Procuradoria Geral da República (PGR) por ter agido contra a legitimidade do processo eleitoral e atuar para prejudicar as investigações de atos antidemocráticos. As informações são da coluna do jornalista Lauro Jardim, no jornal O Globo.
O pedido foi enviado ao Ministério da Justiça, que encaminhou na quarta-feira (20) ao Itamaraty para formalização junto ao governo da Itália, para onde Tagliaferro se mudou. De lá, prepara uma denúncia para apresentar ao Parlamento europeu contra Moraes.
“Informo a Vossa Excelência que o pedido de extradição do Sr. Eduardo de Oliveira Tagliaferro foi encaminhado ao Ministério das Relações Exteriores, em 20 de agosto de 2025, para formalização junto ao Governo da Itália”, diz ofício do Ministério obtido pelo jornal, dirigido a Alexandre Moraes.
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Tagliaferro foi assessor de Moraes no período em que o ministro presidiu o Tribunal Superior Eleitoral (TSE). O ex-assessor está sendo acusado dos crimes de violação de sigilo funcional, coação no curso do processo, obstrução de investigação de infração penal que envolve organização criminosa e tentativa de abolição violenta do Estado Democrático de Direito.
Segundo a PGR, Tagliaferro vazou informações confidenciais que obteve em função do cargo que ocupou para obstruir investigações e favorecer interesses próprios e de terceiros, ainda de acordo com informações divulgadas pelo jornal.
No último dia 30, o ex-assessor de Moraes afirmou em suas redes que revelaria os bastidores de gabinete ministro. Em post, Tagliaferro disse que tem “bastante coisa” contra Moraes, que, segundo ele, “destruiu sua vida e de várias pessoas”.
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A Polícia Federal indiciou Tagliaferro, em abril, por violação de sigilo funcional com dano à administração pública. Ele foi investigado pela divulgação de diálogos do ministro com servidores do TSE e do STF.
O ex-assessor, que conta com o apoio de bolsonaristas, alega ser vítima de uma perseguição política e faz coro a um grupo que tem atacado supostas arbitrariedades de Moraes.
Para Paulo Gonet, Tagliaferro vem atuando em conjunto com outros investigados que fugiram com o objetivo de “potencializar reações ofensivas contra o legítimo trabalho das autoridades brasileiras responsáveis pelas investigações e ações penais que seguem em curso regular”. De acordo com o PGR, seu alinhamento com a organização criminosa ficou claro com sua saída do país.
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