O PT está mobilizando a militância para realizar atos pelo Brasil no dia 7 de Setembro para criticar o que seria uma ofensiva dos Estados Unidos contra o país, por uma “defesa da democracia e da soberania”. O partido convocou movimentos como as frentes Brasil Popular, Povo Sem Medo, Sem Terra (MST) e centrais sindicais a promoverem manifestações pelo país tanto no feriado da Independência como “constantes em cada canto do país”, sinalizando que a mobilização deve ser permanente até a eleição de 2026.
A convocação da militância foi feita pelo novo presidente do PT, Edinho Silva, ao lançar uma nova resolução que afirma que os Estados Unidos pretendem interferir nas eleições do ano que vem para derrotar a reeleição do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). O partido diz que o governo de Donald Trump pretende promover uma “guerra híbrida” com o uso massivo das redes sociais e da inteligência artificial.
“Que o 7 de Setembro seja um momento de expressão e também um processo de conscientização. Infelizmente, o Brasil está sendo penalizado injustamente. As tarifas sempre foram utilizadas para equilibrar ações comerciais. Elas estão sendo usadas pelo governo Trump de forma autoritária, sem nenhum fundamento e por um viés político”, disse Edinho Silva neste sábado (23) após um evento do PT.
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A mobilização do PT com a militância está sendo chamada de “Quem manda no Brasil é o povo brasileiro” e pretende, ainda, pressionar o Congresso a aprovar pautas como o fim da escala 6×1, a “taxação dos super ricos” e a isenção do Imposto de Renda para quem ganha até R$ 5 mil.
“O Brasil não pode voltar a ser governado por bolsonaristas e defensores de um projeto conservador e excludente, e é nossa responsabilidade unir amplas forças políticas e sociais para assegurar a continuidade de um governo comprometido com a justiça social, o desenvolvimento sustentável e a democracia”, pontua a resolução do partido.
Também consta como mobilização da militância o reforço do engajamento nas “mais diversas lutas nas redes e nas ruas” em movimentos “contra a anistia para golpistas” e “defesa de medidas do governo Lula por justiça tributária”.
Além dos movimentos sociais e centrais sindicais, o PT também ordena a mobilização das bancadas parlamentares e de “representações institucionais” para “se engajar nas lutas” do partido.
“Chamamos todos para a mobilização de 7 de Setembro, para apoiarmos um Brasil soberano. Queremos um 7 de setembro nacional, ocorrendo em todos os estados. Cada diretório vai articular seu ato”, pontuou Edinho Silva.
O partido alega que a soberania do Brasil está sob ataque direto do governo norte-americano, como a imposição do tarifaço de 50% sobre os produtos nacionais associado às investigações contra o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), além das sanções impostas a ministros do Supremo Tribunal Federal (STF), entre eles Alexandre de Moraes – sancionado com a Lei Magnitsky, que o impede de executar operações financeiras nos Estados Unidos.
“O que Trump e seus aliados da direita brasileira pretendem, e não terão êxito, é derrotar, nas eleições de 2026, o projeto de desenvolvimento nacional que estamos consolidando sob a liderança do presidente Lula”, aponta a resolução.
A nova resolução do PT é a primeira sob o comando do novo presidente partidário, o ex-prefeito de Araraquara Edinho Silva (PT-SP). Ele venceu a eleição interna no mês passado com apoio de Lula e um discurso mais aberto ao diálogo com os partidos de centro. Ele chegou a dizer recentemente que o presidente conseguiu chegar aos eleitores de Bolsonaro após o tarifaço dos Estados Unidos e as discussões sobre o IOF.
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