O presidente da França, Emmanuel Macron, afirmou nesta segunda-feira (18) que tem “grandes dúvidas sobre a vontade de paz” do ditador Vladimir Putin em relação à guerra na Ucrânia e classificou a Rússia como uma ameaça permanente para a Europa. As declarações foram feitas em Washington, após uma série de reuniões entre líderes europeus, o presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, e o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump.
Macron destacou que, até o momento, “(Putin) não dá nenhum sinal de querer a paz (…) Tenho grandes dúvidas sobre a vontade de paz do presidente russo”. Segundo ele, os ataques recentes com drones contra cidades ucranianas reforçam a percepção de que Moscou pretende prolongar o conflito.
O líder francês participou nesta segunda de uma agenda que reuniu nomes centrais do Ocidente: o secretário-geral da Otan, Mark Rutte, a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, o chanceler alemão, Friedrich Merz, além dos primeiros-ministros do Reino Unido, Keir Starmer, da Itália, Giorgia Meloni, e o presidente da Finlândia, Alexander Stubb. Durante o encontro, Trump chegou a interromper as conversas para telefonar diretamente a Putin.
Apesar do ceticismo, Macron disse considerar um avanço a possibilidade de uma reunião bilateral entre Zelensky e Putin, que poderia ser seguida de um encontro trilateral com a presença de Trump.
“O presidente Trump acredita que está ao seu alcance conseguir um acordo, e eu quero acreditar nisso”, declarou.
Na avaliação do francês, entretanto, a Rússia já “se converteu de forma duradoura em uma potência de desestabilização” e não retornará a um estado de paz “da noite para o dia”. Macron alertou que, caso Moscou rejeite o processo de negociação, “todos estamos de acordo em que será preciso aumentar as sanções e manter uma postura que coloque mais pressão” sobre Putin.
Ele também revelou que Trump demonstrou disposição em aplicar contra a Rússia medidas que chamou de “tarifas primárias e secundárias”, equivalentes ao que a Europa considera sanções econômicas. Para Macron, essa convergência com os EUA fortalece a ideia de oferecer “garantias de segurança” à Ucrânia, incluindo a construção de um exército robusto, com “várias centenas de milhares” de soldados, além de apoio estratégico terrestre, marítimo e aéreo fornecido por aliados.
O presidente francês frisou ainda que a Europa precisa “despertar estrategicamente” diante da ameaça russa e da incerteza quanto ao apoio norte-americano. “É a segurança dos europeus que está em jogo”, afirmou.
Embora tenha mantido um tom prudente, Macron reconheceu que os encontros em Washington representaram um ponto de unidade entre Estados Unidos, Europa e Ucrânia, mas reiterou que a guerra continua e que a Rússia, em suas palavras, “não dá nenhum sinal de que quer a paz”.
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