É possível dizer que a retomada dos esforços da Smart Fit (SMFT3) na expansão da rede de academias de alto nível Bio Ritmo é como um retorno às origens. Foi ela a primeira marca da companhia e após anos de dedicação a produtos como o TotalPass e a expansão da oferta de studios, os olhares se voltam ao segmento dedicado ao público de renda mais alta.
Neste ano, o planejamento passa pela entrega de 10 novas unidades e um retrofit de todas as Bio Ritmo que já estavam em operação, com um investimento de cerca de R$ 100 milhões. Todas as aberturas e reformas têm como inspiração a loja inaugurada dentro do Shopping Ibirapuera em agosto com custo de R$ 10 milhões. São 34 lojas em operação dentro e fora do Brasil hoje.

Na última teleconferência de resultados, o grupo Smart Fit destacou que há demanda por academias high-end, mas o COO da companhia, Diogo Corona, vê um papel muito mais estratégico que financeiro da Bio Ritmo no negócio. O retorno sobre o investimento (ROE, na sigla em inglês) médio das unidades de alto padrão e médio são similares, de cerca de 20%.

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“São mais de 26 mil academias no TotalPass, um número bom, tem em todo lugar. Além disso, há opções para o lifestyle de estúdios. As melhores marcas estão lá, inclusive a Velocity, que compramos”, diz o COO da Smart Fit, Diogo Corona em entrevista ao InfoMoney. “No high-end, a Bio Ritmo tinha pouco volume e faltava investimento”, conta.
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A retomada no foco à rede high-end, para o público de mais alta renda, tem muito a ver com o TotalPass, marca de benefícios corporativos de bem-estar lançada pela Smart Fit para concorrer com o Wellub (antiga Gympass).
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Segundo o executivo, a companhia dedicou grande esforço para aumentar a participação do TotalPass desde 2019, quando entrou no mercado de benefícios de bem-estar para empresas. Os últimos anos também marcaram uma expansão na linha de studios, principalmente depois da compra da marca de bike indoor Velocity. Modalidades como pilates, hot yoga, luta e treino funcional também entram na projeção de 100 aberturas em 2025.
Mas a joia da coroa mesmo é a marca Smart Fit. A expectativa é abrir entre 340 e 360 academias da marca apenas neste ano. Embora Bio Ritmo tenha dado origem ao grupo, em 2009 o fundador Edgard Corona fundou a Smart Fit com uma proposta de preços mais baixos e expansão internacional. Já são cerca de 1,5 mil academias em 15 países, com 4,5 milhões de alunos.
As 10 unidades de alto padrão anunciadas para 2025 estão localizadas nas cidades de Porto Alegre, São Paulo, Vila Velha, Rio de Janeiro, Niterói, Goiânia, Recife, São José do Rio Preto, Lima (Peru) e Santiago (Chile).
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Embora haja demanda por academias de mais alta renda, o ritmo de aberturas é bem diferente ao da Smart Fit. No próximo ano, Corona acredita em um número de inaugurações similar a 2025. “Com a base que temos, crescer em dez academias é quase 50%. Percentualmente é um grande crescimento.”.
O desenvolvimento do projeto arquitetônico da Bio Ritmo no Shopping Ibirapuera, de estética mais residencial, acelera novos empreendimentos, que seguem o padrão da academia modelo. Desafio mesmo é encontrar espaços para construir nos pontos idealizados no planejamento do grupo.
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No caso da Smart Fit, a abordagem é mais oportunística: vagou um terreno, não importa onde, é possível transformar em uma academia. Para abrir uma Bio Ritmo, a saída é esperar que um ponto em bairros estratégicos, onde haja demanda e capacidade de cumprir o projeto arquitetônico. “Se queremos uma academia no bairro X, pode demorar um ou dois anos para ter o ponto”, diz o COO.
Corona visualiza que o novo momento da Bio Ritmo pode chacoalhar o mercado de academias high-end, em sua avaliação, estagnado. Academias high-end são diferentes daquelas de luxo, cujos serviços são de butique. Na Bio Ritmo, a estrutura das unidades envolve serviços básicos de banho, como itens de higiene e toalhas, equipamentos da marca italiana Technogym e um número de professores por aluno maior do que aquele de modelos como a da própria Smart Fit.
A mensalidade do plano de entrada para treinar em exclusivamente uma Bio Ritmo custa R$ 580, enquanto a opção para acessar qualquer outra da rede é de R$ 700.
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Pelo plano Infinity, testado na Bio Ritmo do Shopping Ibirapuera, o aluno tem acesso a avaliações periódicas com nutricionistas, personal trainer, fisioterapia e até um concierge. Nesse caso, o custo é de R$ 1,8 mil ao mês. “No Ibirapuera, menos de 10% dos alunos terão o plano Infinity. A gente não tem vaga para mais que isso. Não é o objetivo. Pela complexidade operacional, demanda, o cuidado, não é um plano de escala. É muito personalizado”, conta Corona.
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