A Starship, a maior nave do mundo, da empresa de Elon Musk, a SpaceX, realizou nesta terça-feira (26) seu 10º voo-teste ao espaço e pela primeira vez conseguiu lançar carga útil, isto é, oito protótipos de satélites da Starlink, companhia também do empresário sul-africano.
A missão não tripulada saiu de Boca Chica, cidade americana no Texas, aproximadamente às 20h30 (horário de Brasília). Na última missão da Starship, em maio deste ano, o lançamento de cargas não havia sido bem-sucedido.
Após a missão desta terça, a maior nave do mundo pousou no Oceano Índico, e no contato com a água, a Starship pegou fogo. A SpaceX, até o momento, não esclareceu o fato.
Nas missões anteriores, tanto neste ano quanto no ano passado, o pouso havia tido sucesso, sem qualquer intercorrência.
O lançamento da Starship havia sido adiado duas vezes: na última segunda-feira (25), por causa das condições climáticas, e no domingo (24), devido a um vazamento de oxigênio líquido na plataforma de lançamento.
Em setembro do ano que vem, a Starship deve integrar a missão Artemis III, que pretende levar pela primeira vez, desde a missão Apollo 17, em 1972, homens à Lua.
Próxima parada: Marte?
Outro plano ambicioso — e que seria inédito — de Musk é, com suas naves, levar pela primeira vez o homem a Marte.
Em setembro do ano passado, a SpaceX anunciou que deverá enviar até 2026 cinco naves não tripuladas até Marte. “Se todas pousarem com segurança, missões tripuladas serão possíveis em quatro anos”, escreveu Elon Musk no X à época.
No dia 21 de janeiro deste ano, no mesmo dia em que Musk gerou polêmica com uma saudação em comício do presidente Donald Trump, o ex-aliado do republicano comentou sobre os planos de chegar ao planeta.
“Vocês podem imaginar como será maravilhoso se os astronautas americanos colocarem a bandeira em outro planeta pela primeira vez – como isso seria inspirador!”, disse na ocasião.
Um mês depois, o empresário sul-africano falou sobre o projeto Artemis III, da Nasa.
“Em relação ao espaço, a arquitetura Artemis é extremamente ineficiente, pois é um programa de maximização de empregos, não de resultados. Algo inteiramente novo é necessário”, escreveu o empresário em resposta a um seguidor no X.
Tal possibilidade foi aventada pelo professor de Física da Universidade de Nottingham Trent, Ian Whittaker. Em artigo publicado pelo The Conversation, o especialista questiona se a estratégia faria sentido no atual cenário, em que a Nasa já realizou testes bem-sucedidos com o Artemis-1 em 2022.
“Seria uma atitude sensata voltar-se para a exploração marciana em vez de ir para a Lua? Isso provavelmente significaria abandonar o projeto Lunar Gateway, uma estação espacial em órbita ao redor da Lua onde os astronautas poderiam viver. Mas como isso não está planejado até 2027, no mínimo, isso parece aceitável. Entretanto, a diferença entre ir à Lua e ir a Marte é como a diferença entre caminhar até o fim da rua e caminhar até outro país”, contemporizou Whittaker.
No último dia 25, Musk fez uma aparição com uma camiseta escrita “Nuke Mars”. A expressão, usada pelo empresário desde 2015, é referente a um ataque nuclear a Marte.
Musk chegou a comercializar essa camiseta na plataforma oficial da SpaceX, em 2019, que custava cerca de US$ 25 (cerca de R$ 135, na cotação atual).
Atualmente, a loja vende uma camisa com a expressão “Occupy Mars” (“Ocupe Marte”) por US$ 35 (R$ 190).
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