O governador Tarcísio de Freitas (Republicanos-SP), de São Paulo, saiu em defesa de Jair Bolsonaro (PL) neste sábado (23) e afirmou que o ex-presidente está sofrendo injustiça e humilhação. A fala ocorreu dias depois de Bolsonaro e o filho, o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP), serem indiciados por suposta coação no curso do processo que investiga uma suposta tentativa de golpe de Estado após as eleições de 2022.
O julgamento está previsto para começar no dia 2 de setembro e Bolsonaro está em prisão domiciliar sob o risco de ir para o regime fechado por supostamente ter descumprido novamente medidas cautelares impostas pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (PGR). A manifestação pedida por ele à defesa do ex-presidente foi enviada para análise da Procuradoria-Geral da República (PGR), que deve se pronunciar na segunda (25).
“Uma pessoa que fez tudo por mim, me abriu portas e que está passando por uma grande injustiça. Mas, se a humilhação traz tristeza, o tempo vai trazer justiça, eu tenho certeza que a justiça chegará. A justiça chegará. Eu tenho certeza que esse Brasil vai se encontrar com seu futuro, com a sua vocação. A vocação do Brasil é ser grande. Ninguém vai segurar esse país, ninguém vai segurar o Brasil, a gente não vai permitir isso”, disse Tarcísio na Festa do Peão de Barretos (SP).
Junto de Tarcísio estavam os governadores Romeu Zema (Novo-MG), de Minas Gerais, e Ronaldo Caiado (União-GO), de Goiás, que também discursaram no evento e teceram fortes críticas ao PT e à esquerda na relação com o agronegócio. Os três são apontados como “presidenciáveis” – Zema e Caiado já lançaram suas pré-candidaturas à presidência em 2026, e o de São Paulo vem reafirmando que deve disputar a reeleição no estado.
Embora a direita tenha em Bolsonaro o candidato preferencial para concorrer em 2026 – mesmo estando inelegível – Caiado afirmou que “um de nós ocupará o Palácio do Planalto”, sinalizando que os governadores devem partir para a disputa.
“Todos os governadores são governadores experientes. Aquele que chega lá vai saber, com a competência que tem, botar ordem no Brasil. Não tenha dúvida disso”, afirmou o governador goiano pontuando que há um “pacto” entre eles para manter o apoio a quem for para o segundo turno.
De acordo ele, o segundo turno de 2026 terá “todo mundo junto, unido, para nós darmos rumo e devolvermos o Brasil para os brasileiros de bem”.
A mais recente pesquisa de intenção de votos para 2026, divulgada na última semana pela Quaest, aponta que nenhum dos candidatos da oposição conseguirá superar o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). O petista conseguiu se descolar deles desde o levantamento realizado em julho, avançando para além da margem de erro.
Para os filhos de Bolsonaro, porém, os governadores da direita deveriam estar unidos em apoio a Bolsonaro e contra as decisões de Moraes, além de defender a aprovação da anistia aos envolvidos nos atos de 8 de janeiro de 2023 e contra o julgamento da suposta tentativa de golpe.
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