O presidente nacional do PL, Valdemar Costa Neto, vê no presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, a única saída para influenciar no julgamento do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) no Supremo Tribunal Federal (STF), que está marcado para começar no dia 2 de setembro.
Bolsonaro e aliados serão julgados por supostamente integrarem o “núcleo crucial” da alegada tentativa de golpe de Estado após as eleições de 2022. O julgamento é apontado por Trump como uma “caça às bruxas” e um dos motivos para o tarifaço de 50% imposto às mercadorias brasileiras exportadas para os Estados Unidos.
“Falo isso bem antes da eleição do Trump: se o Trump não ganhar a eleição nos Estados Unidos, nós estamos mortos. E parecia que ele não ia ganhar, ganhou. O Trump é a única saída que nós temos, não temos outra”, disse o dirigente partidário em um evento em São Paulo na segunda (25).
Valdemar Costa Neto criticou a atuação do Poder Judiciário na condução do processo de Bolsonaro, afirmando que a maioria dos ministros apoia Alexandre de Moraes – relator da ação do suposto golpe e sancionado com a Lei Magnitsky pelo governo dos Estados Unidos.
“Quando o Poder Judiciário se comporta dessa maneira, é a pior coisa que existe para todo o País. Por quê? Porque você não tem para quem recorrer. Esse é o nosso problema. Todos estão apoiando o Alexandre de Moraes, a maioria”, pontuou.
Ele ainda minimizou as críticas que o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP) vem recebendo por conta da atuação nos Estados Unidos para pressionar o governo e o Judiciário brasileiro a suspenderem o julgamento do ex-presidente. Ele diz que o parlamentar “faz todas as coisas por conta própria” e que não consulta o partido.
“Não estou me lamentando por isso, não tem problema nenhum. Ele está ajudando, faz a parte dele e faz o que ele devia fazer, que é defender o pai dele”, completou.
Ainda no evento com empresários, Valdemar Costa Neto afirmou que Bolsonaro está passando por uma “situação muito ruim” com a realização de um procedimento cirúrgico sério em meados de abril – que durou quase 12 horas – e, agora, está em prisão domiciliar que o deixa muito nervoso o tempo todo.
Nesta terça (26), Eduardo Bolsonaro foi fortemente criticado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), sendo chamado de “traidor” e que deve ser punido pelo Congresso em uma “batalha política” que a base governista precisa fazer.
“Não conheço na história que um traidor da pátria tenha a desfaçatez de mudar pro país que ele está adotando como pátria — os Estados Unidos — negando a sua pátria e tentando insuflar o ódio de alguns governantes americanos contra o povo brasileiro”, afirmou o petista.
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