Dois ucranianos transformaram um avião de treinamento antigo da era soviética, o Yak-52, em uma arma contra drones russos que são lançados diariamente contra o solo de seu país.
Segundo reportagem do jornal The Wall Street Journal, os dois homens – um piloto de 56 anos que voava por hobby antes da guerra, e um mecânico de 38 anos que virou atirador durante o conflito, já somam cerca de 300 missões no ar e respondem por boa parte dos drones abatidos pela unidade em que servem, a 11ª Brigada de Aviação do Exército da Ucrânia.
De acordo com a publicação, o Yak-52 não tem radar e só voa de dia; quando um drone aparece no sistema de alerta, a dupla decola em poucos minutos, recebe orientação por rádio e parte para a aproximação visual. A distâncias muito curtas, o mecânico atirador abre a capa deslizante da cabine e dispara contra os alvos utilizando rifles e espingardas. Em ocasiões raras, relatou a reportagem, os pilotos chegam a desestabilizar o drone encostando a asa – uma manobra que lembra táticas da Segunda Guerra.
Os principais alvos neste momento são os drones de reconhecimento Orlan e Zala, além dos Shahed explosivos, de produção iraniana.
Segundo oficiais ouvidos pelo jornal, aviões de hélice e helicópteros respondem atualmente por cerca de 10% a 12% das interceptações de drones em solo ucraniano. O raciocínio é simples: poupar mísseis caros e deixar sistemas de ponta – como Patriot e os caças F-16 – para resolver ameaças maiores.
“Há tanta tecnologia nova e ainda assim estou pendurado para fora da cabine atirando com uma espingarda”, disse o mecânico atirador ao WSJ. Ele comparou sua atuação combatendo os drones russos a “atirar montado em um cavalo”.
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