A operadora de saúde Hapvida (HAPV3) assinou contrato vinculante para compra do Hospital de Oncologia do Méier, da Oncoclínicas (ONCO3), localizado na zona norte do Rio de Janeiro. Às 10h42, ONCO3 recuava 2%, a R$ 2,94, enquanto HAPV3 tinha leve alta de 0,23%, a R$ 39,19.
O Bradesco BBI avaliou como positiva a operação, destacando que a operação beneficia ambas as partes — para a Oncoclínicas, ao reduzir a queima de caixa, e para a Hapvida, pelo valor de aquisição atrativo — embora o impacto seja considerado pequeno.
Segundo a Oncoclínicas, o hospital apresentou EBITDA (lucro antes de juros, impostos, depreciações e amortizações) praticamente nulo no segundo trimestre de 2025 e a expectativa era de que passasse a registrar resultado negativo com o fim do contrato com a Unimed Ferj, responsável por cerca de 90% da receita. O fluxo de caixa da unidade vinha sendo negativo nos últimos anos.
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A companhia também planeja vender outros hospitais, em Uberlândia e Belo Horizonte, além de avaliar a possibilidade de alienar parte de sua fatia de 50% na joint venture na Arábia Saudita para o sócio Al Faisaliah, na qual já investiu R$ 51 milhões.
Para o BBI, o desinvestimento em hospitais não essenciais é positivo, considerando a baixa rentabilidade e a elevada alavancagem da empresa, que encerrou o primeiro semestre de 2025 com dívida líquida equivalente a 8 vezes o EBITDA anualizado (ex-IFRS 16).
Para a Hapvida, o banco vê a transação como favorável, dado o preço pago de cerca de R$ 70 mil por leito, contra a média próxima de R$ 1 milhão no mercado. A expectativa é de necessidade limitada de investimentos adicionais em capital.
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Além disso, a aquisição reforça a estratégia da companhia de ampliar participação no Rio de Janeiro, onde detém apenas 7% de market share, ante 24% em São Paulo. A Hapvida anunciou recentemente um plano de investimento de R$ 380 milhões na cidade, incluindo R$ 300 milhões destinados à construção de um hospital com 250 leitos e o restante voltado para novas unidades ambulatoriais. O banco não descarta que outras aquisições de hospitais no município possam ocorrer.
O Itaú BBA também avaliou a transação de forma positiva para ambas as companhias. Embora de pequeno porte, a operação reforça o foco crescente da Hapvida (HAPV3) no Rio de Janeiro. Segundo o banco, a empresa vem destacando seu compromisso em ampliar a presença na região metropolitana, e a aquisição deve apoiar as iniciativas de verticalização em andamento.
O BBA ressaltou que a compra representa uma adição inorgânica ao plano de expansão orgânica já anunciado pela Hapvida, que inclui a construção de novos hospitais na cidade.
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Além disso, segundo o BBA, a transação pode fortalecer o relacionamento com a Oncoclínicas (ONCO3), o que tende a ser positivo para a operadora de saúde na otimização de custos relacionados à oncologia no Rio, especialmente após a perda do principal parceiro da Oncoclínicas na região.
Para a Oncoclínicas, a visão do BBA também é favorável. A venda integra a estratégia de reforço da estrutura de capital e da posição de caixa, com foco na despriorização de operações não essenciais e de menor rentabilidade. A notícia, segundo o BBA, também sugere que novas iniciativas semelhantes poderão ser anunciadas.
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