O deputado federal Marcel van Hattem (Novo-RS) apresentou sua defesa no Conselho de Ética da Câmara. Ele é acusado de participar de protesto que paralisou os trabalhos da Casa por mais de 30 horas, no início do mês. A representação foi protocolada por Lindbergh Farias (PT-RJ), Talíria Petrone (PSOL-RJ), e Pedro Campos (PSB-PE), líderes de seus partidos. Eles pedem a suspensão do mandato de Van Hattem por seis meses.
Na defesa, o deputado do novo afirmou que não cometeu ilegalidades. Ele disse que a acusação “não reproduz corretamente os fatos”.
“O que fizemos foi uma manifestação política legítima, pacífica e ordeira. A tentativa de criminalizar a obstrução parlamentar é um ataque direto contra as prerrogativas da oposição e contra a própria democracia. O pedido da esquerda não tem base jurídica e revela caráter meramente político de perseguição à oposição”, afirmou Van Hattem.
Van Hattem disse que não ocupou a cadeira da presidência da Câmara. O deputado afirmou ter se sentado em poltrona de uso comum entre parlamentares. As imagens mostram Hugo Motta recuando ao ver a Mesa ocupada. Depois, aliados o conduziram até a cadeira.
O Novo divulgou nota em apoio ao deputado. O partido afirmou que a obstrução é “instrumento legítimo e tradicional da oposição”. Além disso, bolsonaristas que participaram do ato condicionaram o fim do bloqueio a votações de pautas específicas. Entre elas, anistia dos condenados de 8 de Janeiro.
O Conselho de Ética decidirá se Van Hattem e outros 13 deputados serão punidos. O processo ainda está em fase inicial.
Novo entra com representação no Conselho de Ética contra líder do PT
Em resposta, o Novo representou contra Lindbergh Farias nesta quinta-feira (21). O partido acusa o petista de quebra de decoro por acionar a Procuradoria-Geral da República.
O presidente do Novo, Eduardo Ribeiro, também se manifestou. Ele acusou a esquerda de tentar intimidar a oposição e distorcer os fatos. Segundo Ribeiro, a obstrução parlamentar é um direito da minoria. Para ele, criminalizar essa prática enfraquece a democracia.
“A obstrução é um direito da oposição e um pilar do processo democrático, e quem busca criminalizar a divergência, na verdade, mostra desprezo pela democracia”, concluiu Ribeiro.
Deixe um comentário