Com a aprovação em baixa no início do ano, o presidente Lula retomou as suas viagens para eventos como inaugurações, visitas a obras, lançamento ou execução de programas pelo país. Uma despesa de R$ 1,6 milhão com passagens e diárias. Também transportou 130 professores e reitores para dois eventos em Brasília, com passagens pagas pelo governo. Mais um gasto de R$ 800 mil – totalizando R$ 2,4 milhões. Em tempos de crise fiscal, Lula abriu o cofre.
No final de maio, foi a Campo Verde (MT) para o lançamento do programa Solo Vivo – uma despesa de R$ 144 mil em passagens e diárias. Em Macapá, terra do presidente do Senado, Davi Alcolumbre, houve doação de área da União e entrega de conjunto habitacional. A viagem custou R$ 130 mil. A Cúpula do Brics, no Rio de Janeiro, custou R$ 176 mil em diárias e passagens. O deslocamento para a cerimônia de celebração dos avanços do Novo Acordo Rio Doce, em Mariana (MG) custou R$ 107 mil.
Transnordestina: obra se arrasta há 20 anos
Lula e os ministros Rui Costa (Casa Civil) e Camilo Santana (Educação), fizeram, em julho, visita ao canteiro de obras da Ferrovia Transnordestina, com anúncio da garantia de recursos para conclusão do projeto, no valor de 1 bilhão e 400 milhões. Lula e ministros fizeram deslocamento em trem da ferrovia em Missão Velha (CE). A viagem por alguns municípios custou R$ 158 mil. Durante todo o ano, visitas às essas obras somaram R$ 230 mil.
A pedra fundamental da Transnordestina foi lançada em junho de 2006, no primeiro mandato de Lula. O projeto é uma das grandes obras inacabadas dos governos Lula, incluída no PAC 2. A Transnordestina Logística (TLSA), que toca a obra, é controlada por um grupo privado, mas recebeu também recursos públicos por meio do Fundo do Desenvolvimento do Nordeste (FDNE). O orçamento da ferrovia está em R$ 15 bilhões. A obra está com execução de 76% e a sua conclusão está prevista para 2028, como informou ao blog a TLSA.
Máquinas agrícolas, reforma agrária
Em junho, Lula esteve na cerimônia de entrega de R$ 318 máquinas agrícolas a municípios de Minas Gerais, em Contagem (MG), no âmbito do Programa Nacional de Modernização e Apoio à Produção Agrícola. Havia muitas máquinas, mas pouco público. Posaram na foto oficial o presidente, o ministro da Agricultura, Carlos Fávaro, e o senador Rodrigo Pacheco, ex-presidente do Senado que deu apoio a projetos de interesse de Lula ou barrou pedidos da oposição.
No mesmo mês, o presidente esteve em Araguatins (TO), na entrega de títulos de Regularização fundiária e de projetos de assentamentos, bem como na assinatura de contrato do programa de Crédito Instalação (Fomento Mulher), no âmbito da Política de Regularização Fundiária e da Reforma Agrária. O deslocamento custou R$ 65 mil. No final de maio, Lula esteve no evento do Programa “Terra da Gente no Paraná: mais reforma agrária, mais alimentos para o Brasil”, em Ortigueira (PR). A viagem custou R$ 90 mil.
Lula reúne professores em Brasília
A viagem de 52 reitores das Universidades Federais e das Instituições Federais de Educação Profissional a Brasília, em maio, custou R$ 273 mil em passagens e diárias. Mas Lula não pode comparecer por questões médicas. Sem o presidente, o ministro da Educação, Camilo Santana, assumiu o comando e fez promessas: “Vamos garantir a recomposição orçamentária de R$ 400 milhões, acima do que foi cortado do orçamento. O governo não fará novos contingenciamentos ou cortes no orçamento das instituições neste ano”.
Na cerimônia de lançamento do programa Mais Professores, em Brasília, em janeiro, Lula lembrou medidas anunciadas pelo seu governo para fortalecer a educação, como a construção de 100 novos Institutos Federais no país e a meta de alfabetizar 80% das crianças na idade adequada até 2030. A viagem dos 76 professores custou R$ 521 mil. O valor médio das passagens chegou a R$ 6,9 mil. Lula falou, mas também ouviu.
A presidente do Conselho Nacional das Instituições da Rede Federal (Conif), Ana Paula Giraux, destacou as dificuldades que as instituições enfrentam há alguns anos devido aos constantes cortes no orçamento. “Reconhecemos os esforços desse governo para retomar o orçamento, a consolidação e a expansão da Rede Federal. Contudo, é com grande pesar que ainda não tenhamos conseguido alcançar o investimento necessário para cumprir com nossas obrigações acadêmicas e sociais”, ponderou a presidente. Ela acrescentou que, “para que a Rede Federal funcionasse em sua plenitude, sem a dependência das emendas orçamentárias do Congresso Nacional, seria necessário um valor mínimo de R$ 4,7 bilhões, com vistas à consolidação e funcionamento das unidades já existentes”.
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