A plataforma de benefícios corporativos Wellhub (antiga Gympass) anunciou um Fundo de Investimentos em Direitos Creditórios (FIDC) de R$ 100 milhões para parceiros como academias e estúdios com acesso mais restrito a empréstimos. É o primeiro passo de uma estratégia mais ampla da companhia em soluções financeiras.
Quem estrutura e gere o fundo é a Galapagos Capital. A OpenCo fornece a plataforma tecnológica e faz a cobrança e a QI Tech faz a estruturação de atos comerciais, partilha de back-office, administração e custódia.
“Pesquisando com nossos mais de 30 mil parceiros em 37 mil unidades no Brasil, descobrimos que 51% respondiam que precisam de mais crédito para expandir, comprar equipamento, organizar pessoal”, conta o vice-presidente executivo de parcerias e novos negócios do Wellhub, Daniel Mazini.
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Como boa parte da base de estabelecimentos atrelados à plataforma é de pequenas academias e estúdios, o acesso a crédito costuma ser limitado e ter juros elevados. Mazini explica que o banco de dados que a Wellhub tem dos parceiros, com registro histórico de receitas mensais, por exemplo, ajuda a oferecer linhas de crédito mais adequadas.
Pelo modelo da Wellhub, as academias recebem repasses por check-in — como um hotel mesmo. Cada vez que alguém entra em uma unidade, notifica a entrada no aplicativo, então a plataforma de benefícios corporativos faz um repasse para o parceiro. Esse modelo permite que a Wellhub use recebíveis para reduzir o risco do crédito e, por consequência, seu custo.
Corrobora com a percepção de que há muito espaço para que as academias cresçam os dados do Brasil comparado a outras regiões. Segundo Mazini, estima-se que de 5% a 7% da população do País com mais de 15 anos as frequentem, contra 25% nos Estados unidos e mais de 20% — podendo chegar a 30% — em países europeus.
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“Os parceiros veem boas oportunidades nesse mercado, mas não têm esse capital inicial para poder crescer”, conta. “Nos EUA e na Europa é um pouco mais difundido, existem fundos para isso. Aqui no Brasil é muito limitado.”
Só no Brasil, o número de academias atreladas à Wellhub cresceu em 7 mil desde novembro. Nos últimos anos, no entanto, a companhia viu a concorrência crescer com os esforços da rede Smart Fit (SMFT3) para aumentar sua própria solução de benefícios corporativos de bem-estar, o TotalPass.
Pela projeção da Wellhub, o fundo deve alocar os R$ 100 milhões entre 12 e 18 meses e a maior parte das empresas dentro da plataforma já têm créditos pré-aprovados. A análise para elegibilidade envolve fatores como receita, crescimento e recorrência. Os pagamentos poderão ser feitos entre 12 e 24 meses e começam a partir do terceiro mês a partir da liberação dos valores.
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“Esses dois meses iniciais são um tempo para investir e gerar receitas que ajudam a pagar esse empréstimo”, aponta Mazini.
O Relatório do Bem-Estar Corporativo 2025, elaborado pela Wellhub com base nas respostas de 600 donos de academias e estúdios em 10 países, mostra que 83% dos empreendedores pretendem abrir novas unidades físicas no próximo ano. Do total, 66% investirão mais de US$ 25 mil em novos equipamentos e 28% pretendem aportar mais de US$ 50 mil.
Embora esteja focada agora no lançamento da sua solução de crédito, a empresa deve anunciar novos lançamentos. De acordo com Mazini, há oportunidades relacionados, por exemplo, a riscos de folha de pagamento, seguros e descontos em contas para as academias.
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